quarta-feira, 14 de abril de 2010

Datas Comemorativas na Umbanda


20/01 - Oxóssi

23/04 - Ogum

13/05 - Pretos Velhos

13/06 - Xangô

26/07 - Oxum

27/09 - São Cosme e Damião

02/11 - Omulú

15/11 - Fundação da Umbanda

04/12 - Iansã

08/12-Iemanjá

25/12- Oxalá




A História do Hino de Umbanda


Nascido em 05 de Agosto de 1907 em Monção, Portugal, José Manuel Alves,este Leonino, já em sua terra natal era ligado a Música, tendo dos 12 aos 22 anos tocado clarineta na Banda Tangilense, em sua cidade natal. Com pouco mais de 20 anos, em 1929, vem para o Brasil, indo residir no interior do estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, onde ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.


Em paralelo a esta função exerceu a carreira de compositor de Músicas Populares e, ao longo da mesma compôs dezenas de músicas as quais foram gravadas por famosos intérpretes da época: Irmãs Galvão, Osni Silva, Ênio Santos, Grupo Piratininga, Carlos Antunes e Carlos Gonzaga entre outros. Suas composições mais famosas foram: Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou a marcha "Pombinha Branca" de sua autoria em parceria Reinaldo Santos; em 1956, Zaccarias e sua Orquestra gravaram o dobrado "Quarto Centenário", de sua parceria com Mário Zan. Compôs ainda valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais.

Em 1957, realizou sua única gravação no antigo disco de vinil, o "LP", acompanhado de sua banda, sendo a gravadora a RCA Victor. Mas … e a Umbanda? Aonde entra?Para a Umbanda, e para vários Terreiros compôs diversos pontos gravados por diversos intérpretes, como por exemplo, "Saravá Banda" gravado em 1961 por Otávio de Barros, "Prece a Mamãe Oxum" gravado em 1962 pela cantora Maria do Carmo. Além destes temos: "Pombinha branca" (com Reinaldo Santos), "Ponto de Abertura" (com Terezinha de Souza e Vera Dias), "Ponto dos Caboclos", "Prata da Casa", "Prece a Mamãe Oxum", "Xangô Rolou a Pedra", "Xangô, Rei da Pedreira", "São Jorge Guerreiro", "Saravá Oxóssi", "Homenagem à Mãe Menininha" (c/ Ariovaldo Pires), Saudação aos Orixás, além do Hino da Umbanda.Mas como foi estabelecida a sua ligação com a Umbanda? Cego de nascença, José Manuel Alves foi, no início da década de 60, em busca de sua cura. Foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade do médium Zélio de Morais, fundadores da Umbanda. Embora não tenha conseguido sua cura porque, segundo consta, sua cegueira era de origem cármica, José Manuel Alves ficou apaixonado pela religião e, ainda em 1960, fez o Hino da Umbanda para mostrar que esta Luz Divina, que vem do Reino de Oxalá, não é para ser vista com os olhos físicos, que voltarão ao pó, mas sim com olhos do espírito, no encontro da mente com o coração … O Hino foi apresentado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que gostou tanto do mesmo que resolveu apresentá-lo como Hino da Umbanda no 2º Congresso de Umbanda em 1961, sendo oficializado na 1ª Convenção do CONDU-Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda em março de 1976.Podemos nesta pequena história ver que este hino é fruto de um Amor muito grande pela Umbanda, Amor este oriundo de uma Fé profunda, daquelas obtidas com a Humildade e a Resignação ante ao Conjunto de Leis do Pai Maior.

Fonte: Jornal da Umbanda

terça-feira, 13 de abril de 2010

Religião uma escolha pessoal que merece respeito

O Estado Brasileiro é laico, ou seja, não tem religião. Tem sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5º, inciso VI, da Constituição: "É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias".
A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Entretanto, muitas vezes o preconceito existe e se manifesta pela humilhação imposta àquele que é diferente. No momento em que é humilhado, discriminado, agredido devido à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais e seus direitos humanos violados; ou seja, é também vítima de um crime - e o Código Penal Brasileiro prevê punição para os criminosos.
Portanto, que fique claro: religião é um assunto pessoal, entre a sua consciência, entre o seu espírito e o Criador. O que cabe aos outros seres humanos, aos seus irmãos e irmãs, é respeitar a sua escolha. O que cabe aos governos é garantir a sua liberdade de escolha.
O Código Penal Brasileiro, por sua vez, considera crime (punível com multa e até detenção) zombar publicamente alguém por motivo de crença religiosa, impedir ou perturbar cerimônia e ofender publicamente imagens e outros objetos de culto religioso.
Qualquer um que descrimina qualquer tipo de religião ou filosofia espiritualista, templos de umbanda, candomblé, lugares e seus praticantes da Wicca, que celebram a divindade da natureza, não podem ser desrespeitados sob qualquer pretexto. Muito menos xamânicos, ou mesmo os ciganos que são perseguidos e agredidos por causa de sua etnia e de sua religião, mesmo motivo que os condenou ao quase extermínio na Segunda Guerra Mundial, juntamente com os judeus e outras vítimas da intolerância.
Intolerância religiosa é, também, desrespeito aos Direitos Humanos e crime previsto no Código Penal Brasileiro; por isso, não se cale e faça prevalecer seu direito a liberdade religiosa.
Declaração do direito à liberdade religiosa da ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou, em 1981, a Declaração sobre a eliminação de todas as formas de intolerância e discriminação fundadas em religião ou crença desta forma: "Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este direito inclui a liberdade de ter uma religião ou qualquer crença de sua escolha, assim como a liberdade de manifestar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto em público quanto em particular", diz o primeiro artigo da Declaração da ONU, para, mais adiante, advertir:
"A discriminação entre seres humanos por motivos de religião ou crença constitui uma ofensa à dignidade humana (...) e deve ser condenada como uma violação dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais, proclamados na Declaração Universal dos Direitos Humanos."
Constituição brasileira de 1988, artigo 33
O respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil torna vedada quaisquer formas de proselitismo.
No Brasil, o artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, prevista no texto da Constituição de 1988, determina que a educação religiosa nas escolas públicas assegure "o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedada quaisquer forma de proselitismo". Ou seja: é obrigatório respeitar a liberdade religiosa do aluno; é proibido tentar convertê-lo para esta ou aquela religião.

Reportagem publicada pelo jornal GAZETAWEB

Pensem nisso.. QUEM AMA A UMBANDA NÃO SUJA E NÃO POLUI.

A mudança que você quer fazer fora começa sempre dentro, ou seja, no seu interior.
A UMBANDA é uma religião natural, ela entende a natureza física como pontos de força, santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos ORIXÁS.
Na pratica litúrgica da UMBANDA a oferenda é um dos atos mais sagrados de conexão entre fiel e divindade.
Encontramos variadas formas de oferenda, tem oferenda para tudo, energização, descarrego, abertura de caminhos, agradecimento, prosperidade, etc...
O fato é que a oferenda esta presente no dia a dia do umbandista.
Já que é tão comum o ato ofertatório e principalmente porque é depositado na natureza, fica a pergunta:
O umbandista está preparado e tem uma consciência ambiental?
Oferendar também é uma forma de presentear, todos gostamos de receber presentes, porém a embalagem é descartada no lugar correto e ficamos apenas com o usual do presente, na oferenda não é diferente, a garrafa, copos plásticos e demais descartáveis não são oferendas, oferenda são as flores, frutos, comida, etc...

Se, a UMBANDA vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la.
Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da cidadania, mas, para o Umbandista essa consciência é fundamental, ecologia é preceito religioso.
Além de cuidar do meio ambiente precisamos zelar pela boa imagem da religião, essa consciência precisa estar implícita em cada umbandista.
Pois, para as pessoas que não são adeptas da nossa religião, quando chegam em locais e encontram restos da nossa oferenda criam uma imagem distorcida do real significado dela.
De forma geral os umbandistas se utilizam de espaços públicos sem infraestrutura para limpeza, portanto todos nós podemos adotar atitudes simples que resultam em grande impacto.
Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde será sua oferenda, acenda suas velas com o cuidado de não encostá-la em troncos de arvores para queimá-la, limpando o local dos gravetos e folhas secas para evitar fogo, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente para colocar os elementos e comidas sobre as folhas, dispense os pratos.
Não há resultados em oferendas feitas as pressas, lembre-se, que é um ato sagrado e com carinho e dedicação deve ser ministrado, faça suas preces, evocação, cante os Pontos, faça seus pedidos com muita tranqüilidade, reflita, agradeça, Orixá esta presente, é o tempo suficiente de suas velas terminaram de queimar, então, peça licença e recolha a borra das velas, copos descartáveis ou vidro, garrafas, etc... certifique-se que ficará apenas material não poluente, não deixe nenhuma marca do tipo “ por aqui passou um umbandista e deixou toda essa sujeira “

Acender uma vela sem a preocupação devida poderá gerar uma queimada de grandes proporções, destruindo os animais silvestres e as plantas em toda a sua diversidade.
Sem natureza, sem religião de Umbanda, é de nossa responsabilidade, dever, interesse e obrigação lutarmos para zelar e preservar a mãe natureza, pois nossos pontos de força estão na natureza.
Cada um de nós é uma célula de todo o contexto, é importante assumirmos uma postura coerente e responsável nessa missão, ainda é tempo, temos de nos engajarmos nessa luta, mobilizando o povo da umbanda, fazer pensar, esclarecer, ensinar, preparar, conscientizar.
Cada umbandista tem a obrigação de ser um guardião, estar comprometido e compromissado com a preservação.
A tampa de plástico da PET que você deixou jogada na praia ou mesmo por aí pode rolar na enxurrada, ir para um rio e terminar no estomago de um animal marinho (golfinho ou tartaruga) pois eles não tem discernimento para se alimentar e acabam morrendo com o lixo que você gerou irresponsavelmente.
Festa de Iemanjá -1
Milhares de Umbandistas descem para a praia em Dezembro para homenagear a Mamãe Iemanjá - Grande maioria fazem firmezas na descida da serra todo ano aparecem vários focos de incêndio. Responsabilidade?? Os Umbandistas, povinho atrasado, imagem negativa para nossa religião.

Festa Iemanjá - 2
Segunda-feira de manhã, a praia esta impraticável, suja, muito lixo, (garrafas de champanhe, barquinhos de isopor, vidros de perfume, recipientes de talco, galhos de rosas com espinhos, velas inacabadas, vasos de plásticos, sacos plásticos, pratos e todo tipo de lixo) Responsabilidade????? Os Umbandistas, povinho atrasado, não tem consciência ambiental, por onde passam sujam tudo, vieram trabalhar na praia, um absurdo!!!! Imagem negativa para nossa religião.
Será que nossa mãe Iemanjá fica feliz com toda essa sujeira?? Com todo esse lixo que deixamos na sua casa??
Como proceder???
Como exigimos limpeza e respeito na nossa casa, vamos respeitar a casa que nos acolhe.
Após os trabalhos - Recolher toda a sujeira, inclusive a borra das velas em sacos plásticos após a homenagem, devemos deixar o local absolutamente limpo como encontramos.
Só aceitando como oferenda - flores sem vasos plásticos com terra, champanhe apenas o liquido, perfume apenas o liquido, talco sem o invólucro, pétalas de rosas. Todos os filhos da casa e assistentes sendo previamente orientados.

Sua colaboração:
Importante despertar nas pessoas o interesse pela sustentabilidade, para mudar o mundo e contribuir, é preciso primeiro mudar a atitude das pessoas.
É preciso que todo o mundo comece a fazer algo pelo futuro do nosso planeta, pelo nosso futuro e dos nossos filhos e netos.
Não será fácil, ninguém se livra da febre quebrando o termômetro, é preciso lidar com os obstáculos primeiro.
Não precisamos de palavras para mudar a “cara” da UMBANDA, precisamos sim, de atitude, coragem e sabedoria. Pensem nisso..



Caboclo Inco

"As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

RISCO DE JOVEM NEGRO SER MORTO É MAIOR, REVELA MAPA DA VIOLÊNCIA


O risco de um jovem negro ser vítima de homicídio no País é 130% maior que o de um jovem branco, segundo o Mapa da Violência - Anatomia dos Homicídios no Brasil, estudo que compreende o período de 1997 a 2007 e que está sendo divulgado, em São Paulo, pelo Instituto Sangari, com base nos dados do Subsistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde.


A desigualdade entre as duas populações, que já era expressiva, aumentou de forma assustadora em cinco anos. Em 2002, morria 1,7 negro entre 15 a 24 anos para cada jovem branco da mesma faixa etária. Em 2007, essa proporção saltou para 2,6 para 1.

O abismo entre os índices de homicídio é resultado de duas tendências opostas. Nos últimos cinco anos, o número de mortes por assassinato entre a população jovem branca apresentou uma redução significativa: 31,6%. Entre negros, o movimento na direção contrária, um aumento de 5,3% das mortes no período. "Brancos foram os principais beneficiados pelas ações realizadas de combate à violência. Temos uma grave anomalia que precisa ser reparada", diz Julio Jacobo, autor do estudo.

O trabalho revela que em alguns Estados as diferenças de risco entre as populações são ainda mais acentuadas. Na Paraíba, por exemplo, o número de vítimas de homicídio entre negros é 12 vezes maior do que o de brancos. Em 2007, a cada cem mil brancos eram registrados 2,5 assassinatos. Entre a população negra, no mesmo ano, os índices foram de 31,9 homicídios para cada cem mil. "As diferenças sempre foram históricas no Estado.
Mas as mudanças nesses últimos cinco anos foram muito violentas", avalia Jacobo. Paraíba seguiu a tendência nacional: foi registrada a redução do número de vítimas entre brancos e um aumento do número de assassinatos entre negros. Pernambuco vem em segundo lugar: ali morrem 826,4% mais negros do que brancos. Rio de Janeiro ocupa a 13ª posição, com porcentual de mortes entre negros 138,7% maior do que entre brancos. São Paulo vem em 21º lugar, onde morrem 47% mais negros do que brancos. O Paraná é o único Estado do País onde a população branca apresenta maior risco de ser vítima de homicídio - proporcionalmente morrem 36,8% mais brancos do que negros.

População masculina

A esmagadora maioria dos assassinatos no País ocorre entre a população masculina. Em 2007, 92,1% dos homicídios foram cometidos contra homens. Na população de jovens, essa proporção foi ainda maior: 93,9%. O Espírito Santo foi o Estado que apresentou maior taxa de homicídios entre mulheres: 10,3 por cem mil, seguida de Roraima, com 9,6. O Maranhão foi o Estado com o menor indicador. Foram registradas 1,9 morte a cada cem mil mulheres.
O estudo conclui ainda que não é a pobreza absoluta, mas as grandes diferenças de renda que forçam para cima os índices de homicídio no Brasil. O trabalho fez uma comparação entre índices de violência de vários países com indicadores de desenvolvimento humano e de concentração de renda. "Claro que as dificuldades econômicas contam. Mas o principal são os contrastes, a pobreza convivendo com a riqueza", afirma pesquisador e sociólogo Julio Jacobo do Instituto Sangari.


Fonte: saude negra